Uma recente revisão sistemática visou a determinar o efeito de intervenções basedas na utilização de dispositivos medidores de atividade física nos níveis de atividade física e mobilidade comparados a tratamento convecnional ou outra intervenção relacionada à atividade física em adultos. A revisão buscou artigos em oito bases de dados e incluiu ensaios clíincos randomizados envolvendo participantes com idade superior a 60 anos. Estudos com populações saudáveis ou portadoras de alguma condição de saúde eram elegíveis. O desfecho primário foi atividade física quantificada como passos por dia e medidos por meio de um acelerômetro ou pedômetro. Outros tipos de medidas objetivas de atividade física (por exemplo, tempo de atividade moderada a intensa) ou medidas auto-reportadas de atividade física foram excluídas. Desfechos secundários incluíram mobilidade. A qualidade metodológica dos estudos foi mensurada com a escala PEDro. A qualidade da evidência foi avaliada com a GRADE.
Vinte e três ensaios clínicos randomizados totalizando 2766 participantes e publicados entre 2003 e 2017 foram incluídos. A revisão encontrou evidência de baixa qualidade que participantes que receberam intervenções com dispositivos medidores de atividade física aumentou os níveis de atividade física em 1558 passos por dia (intervalo de confiança 95% (IC 95%) 1099 a 2018) mais do que participantes nos grupos controle após a intervenção. Após 12 meses da intervenção, as diferenças entre os grupos não foram mantidas (1 ensaio clínico, 571 participantes, diferença média no número de passos 210, IC 95% -148 a 567). Há evidência de moderada qualidade de que intervenções com dispositivos medidores de atividade física melhoraram mobilidade comparadas a intervenções controle (3 estudos, 218 participantes, diferença entre as médias 0,61 IC95% 0,31 a 0,90). Meta-regressão não encontrou nenhuma diferença entre níveis de atividade física entre estudos conduzidos em populações saudáveis (9 estudos, diferença entre médias padronizada 0,61, IC 95% 0,25 to 0,96) e populações com condições de saúde (14 estudos, diferença entre médias padronizada 0,54, IC 95% 0,25 a 0,82); estudos que utilizaram acelerômetro (7 estudos, diferença entre médias padronizada 0,24, IC 95% -0,15 a 0,63) versus estudos que utilizaram pedômetros (16 estudos, diferença entre médias padronizada 0,69, IC 95% 0,45 a 0,93); estudos com tamanhos de amostra pequenos (<100 participantes) (15 estudos, diferença entre médias padronizada 0,72, IC 95% 0,45 a 0,93) versus amostras grandes (8 estudos, diferença entre médias padronizada 0,40, IC 95% 0,10 a 0,70). Em contrapartida, foi encontrada interação significativa entre duração da intervenção e tamanho do efeito do estudo. Intervenções de longa duração (igual ou superior a 12 semanas) foram superiores (18 estudos, diferença entre médias padronizada 0,47, IC 95% 0,47 a 0,93) comparadas a intervenções de curto prazo (5 estudos, diferença entre médias padronizada 0,14, IC 95% -0,26 a 0,54).
Dispositivos medidores de atividade física podem ser utilizados para aumentar os níveis de atividade física e melhorar a mobilidade em idosos saudáveis e com condições clínicas. Intervenções de longa duração são mais efetivas que intervenções de curta duração.
Oliveira JS, et al. Effect of interventions using physical activity trackers on physical activity in people aged 60 years and over: a systematic review and meta-analysis. Br J Sports Med 2019 Aug 9:Epub ahead of print
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