Esta revisão sistemática teve como objetivo estimar os efeitos dos exercícios domiciliares em comparação com os exercícios em centros de reabilitação para melhorar a destreza motora, recuperação, força, desempenho do movimento do membro superior, qualidade do movimento do membro superior e participação em pessoas pós-AVC agudo ou crônico.
Esta revisão incluiu estudos controlados randomizados que investigaram a efetividade de exercícios domiciliares em comparação com exercícios realizados em centros de reabilitação para adultos em qualquer momento após o AVC. Os estudos elegíveis foram identificados em sete bases de dados eletrônicas. Os estudos foram incluídos se comparassem exercícios domiciliares (pelo menos 2/3 do exercício foi realizado em casa) direcionados ao membro superior parético com um mínimo de 4 sessões durante um mínimo de 2 semanas e um grupo controle de exercícios realizados em um centro de reabilitação em um hospital, clínica particular ou centro comunitário. As incapacidades e a atividade foram medidas por seis desfechos de interesse: destreza (por exemplo, 9-hole peg test), recuperação motora (por exemplo, The Box and Block Test), força (por exemplo, dinamometria), desempenho do movimento do membro superior (por exemplo, Box and Block test), qualidade do movimento do membro superior (por exemplo, Motor Activity Log) e participação (por exemplo, Assessment of Life Habits). Nenhum desfecho foi indicado como primário.
A revisão incluiu 8 estudos controlados randomizados. Havia 488 participantes com idades entre 55 e 70 anos na fase aguda/subaguda (1 estudo), na fase crônica (2 estudos) e nas fases aguda e crônica (5 estudos). Os exercícios foram totalmente supervisionados, semi-supervisionados pessoalmente ou supervisionados remotamente. Para exercícios domiciliares, os participantes treinaram de 40 a 120 minutos por sessão, 5 vezes por semana, durante 4 a 13 semanas. Os grupos controles tinham dosagens semelhantes e foram realizados principalmente em clínicas.
Para incapacidades, não houve diferença entre os exercícios domiciliares e os exercícios realizados no centro para o desempenho dos movimentos dos membros superiores em relação à destreza ( MD -0,01 pegs/s, IC 95% -0,04 a 0,05; 5 estudos, 212 participantes, moderada certeza de evidência), recuperação motora (MD 1,4 pontos, IC 95% -0,9 a 3,8; 5 estudos, 212 participantes, moderada certeza de evidência) e força (MD 0,30 kg, IC 95% -2,4 a 3,0; 1 estudo, 88 participantes, baixa certeza de evidência).
Em relação às limitações de atividade, não houve diferença entre os exercícios domiciliares e os exercícios realizados em centros para o desempenho dos movimentos dos membros superiores (DMP -0,04, IC 95% -0,25 a 0,18; 4 estudos, 328 participantes, alta certeza de evidência) e qualidade dos movimentos dos membros superiores (MD 0,11 pontos, IC 95% -0,23 a 0,44; 3 estudos, 198 participantes, moderada certeza de evidência).
Nenhum estudo avaliou o efeito do exercício domiciliar e do exercício em um centro sobre a participação.
O exercício domiciliar é semelhante ao exercício em centros de reabilitação em pessoas pós-AVC para melhorar a destreza, a função motora, a força, o desempenho do movimento do membro superior e a qualidade do movimento do membro superior após o AVC. Isso indica que o local onde os exercícios são realizados é menos importante do que a quantidade e o tipo de exercício. Isso pode ter implicações para pessoas com acesso limitado a instalações de saúde, como as que vivem em áreas rurais ou remotas.
Nascimento LR, Gaviorno LF, Brunelli M, Gonçalves JV, da Silva Arêas FZ. Home-based is as effective as centre-based rehabilitation for improving upper limb motor recovery and activity limitations after stroke: A systematic review with meta-analysis. Clinical Rehabilitation 2022, 36(12): 1565–1577. DOI: 10.1177/02692155221121015
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