O relaxamento das medidas de restrição em alguns países apresenta uma oportunidade para refletir o que aprendemos até então e como este aprendizado pode moldar o futuro. Madeleine Albright, a primeira Secretária de Estado mulher dos Estados Unidos, comentou sobre isso, de forma bastante eloquente, em uma recente entrevista ao programa de rádio televisão Late Night Live Show, na Austrália. Ela disse: “Precisamos usar este período de isolamento para pensarmos à frente. Para entendermos a importância da resiliência, otimismo ou esperança, e trabalharmos juntos para entendermos quais serão os próximos passos e quem são as pessoas que nos ajudarão a chegar lá. Embora isto seja um clichê, nós precisamos utilizar a crise como uma oportunidade para pensar diferente.”
O time do PEDro começou a pensar sobre o futuro da fisioterapia. Durante a pandemia, fisioterapeutas têm se engajado em serviços de telerreabilitação para fornecer tratamento aos pacientes. Ao passo que o tratamento presencial não é substituível, o aumento do uso de tecnologias apresenta um grande potencial para aumentar a acessibilidade e equidade do tratamento fisioterapêutico para todos. É também momento de reavaliarmos como o uso de evidência de alta qualidade melhora os desfechos dos pacientes. Precisamos de pesquisadores que respondam a perguntas clínicas importantes utilizando métodos rigorosos, e que disseminem os seus achados de forma transparente. Precisamos de clínicos que utilizem esta pesquisa para guiar sua prática, de modo que as intervenções mais efetivas e custo-efetivas possam ser oferecidas para os pacientes; e que intervenções desnecessárias, inefetivas ou que trazem riscos sejam descontinuadas. Finalmente, precisamos que pesquisadores e clínicos trabalhem em conjunto, seja nacionalmente, seja internacionalmente, para identificar e responder importantes gaps de pesquisa. Estes passos vão auxiliar a resolver os complexos desafios que se imporão aos sistemas de saúde no futuro.
Ao redor do mundo, fisioterapeutas continuam a atuar na linha de frente do COVID-19. Neste post, gostaríamos de comparilhar algumas iniciativas-chave e alguns recursos que julgamos importantes serem utilizados.
Um curso online sobre o manejo de doenças cardiorrespiratorias na unidade de terapia intensiva está disponível em https://bit.ly/2ASZ2BK. O treinamento é oferecido pelo Ministry of Health e o Health Education and Training Institute em New South Wales (Australia), e foi preparado em conjunto em parceria com a Australian Physiotherapy Association. O treinamento auxilia fisioterapeutas a tratarem pacientes na unidade de terapia intensiva com o aumento da demanda de COVID-19 e dá ênfase em métodos de desmame da ventilação mecânica. Este curso online, oferecido em modo webcast, está disponível gratuitamente (acesse as instruções no último parágrafo do website).
A Colaboração Cochrane recentemente atualizou uma revisão sistemática que avaliou o efeito de equipamentos de proteção pessoal apresentam o menor risco de infecção para profissionais de saúde. A revisão concluiu que evidência de baixa e muito baixa certeza indica que cobrir mais partes do corpo em geral resulta em melhor proteção, mas aumenta o tempo necessário para vestir o equipamento e reduz o conforto. Modificações no desenho dos equipamentos, como por exemplo torneiras sem contato, podem reduzir o risco de contaminação. Treinamento presencial e instruções verbais durante o processo de retirada do equipamento de proteção pessoal pode reduzir os erros responsáveis por reduzir a eficácia dos dispositivos. A revisão é um ótimo suporte para a campanha de conscientização da World Confederation for Physical Therapy, #PPE4PT.
Da Itália à India, pessoas ao redor do mundo vem expressando sua gratidão aos profissionais de saúde trabalhando na linha de frente durante a epidemia do COVID-19. O Letters for the front é uma iniciativa cujo objetivo é motivar os profissionais de saúde. Você pode deixar uma mensagem de apoio para profissionais de saúde na Austrália em: https://t.co/b1NIesQ8Gt?amp=1.
