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Hannah Withers vence o prêmio PEDro pelo melhor ensaio clínico apresentado no Congresso Mundial de Fisioterapia 2025 em Tóquio, Japão.

Vencedora do Prêmio PEDro, Hannah Withers (ao centro), está ladeada por Mark Elkins (co-diretor do PEDro) e Geraldine Wallbank (responsável pelo projeto PEDro).

O Prêmio PEDro é concedido à pessoa que apresenta o melhor relato de um ensaio clínico randomizado no Congresso Mundial de Fisioterapia. A premiação reconhece os feitos de pesquisadores que conduzem ensaios clínicos randomizados de alta qualidade e clinicamente relevantes. Para ser elegível, a apresentação deve ser um relato primário de um ensaio clínico randomizado concluído que avalia os efeitos de uma intervenção fisioterapêutica.

A avaliação foi realizada por um painel de especialistas internacionais em ensaios clínicos. A pontuação foi baseada na qualidade (risco de viés, tamanho, desenho e análise do ensaio) e na relevância (importância dos achados para a prática clínica).

O ensaio vencedor é “Fisioterapia realizada remotamente é tão eficaz quanto a presencial para condições musculoesqueléticas (REFORM): um ensaio clínico randomizado.” A autora principal, Hannah Withers, da Austrália, responde algumas perguntas sobre o estudo.

Qual foi a pergunta que vocês buscaram responder com o ensaio clínico randomizado?
Nosso estudo foi um ensaio de não inferioridade, portanto, a pergunta foi formulada em termos de “tão bom quanto ou melhor”. A pergunta específica foi: “A fisioterapia realizada remotamente é tão eficaz quanto (ou melhor que) a fisioterapia presencial tradicional para condições musculoesqueléticas?

Já existiam pesquisas abordando essa pergunta?
Não há estudos que tenham examinado especificamente esse modelo de cuidado proposto para pacientes com uma variedade de condições musculoesqueléticas. Os estudos mais comparáveis analisaram componentes isolados desse modelo ou avaliaram um modelo semelhante no contexto africano.

Quais intervenções foram comparadas no ensaio?
Um grupo recebeu um programa de fisioterapia realizado remotamente durante 6 semanas, que consistia em uma sessão presencial única combinada com mensagens de texto semanais, chamadas telefônicas nas semanas 2 e 4, e um programa individualizado de exercícios domiciliares entregue por um aplicativo. O outro grupo recebeu o atendimento presencial habitual em regime ambulatorial.

Quais foram os desfechos medidos?
O desfecho primário foi a Escala Funcional Específica do Paciente (Patient Specific Functional Scale) aos 6 semanas, com uma margem de não inferioridade pré-especificada de –15 pontos (em uma escala de 0 a 100). Os desfechos secundários incluíram: a mesma escala aos 26 semanas; cinesiofobia, dor, função/incapacidade, impressão global de mudança e qualidade de vida nas semanas 6 e 26; e satisfação com o serviço na semana 6.

Quais foram os resultados do estudo?
A diferença média entre os grupos na Escala Funcional Específica do Paciente aos 6 semanas foi de 2,7 pontos (intervalo de confiança de 95%: –3,5 a 8,8), favorecendo a fisioterapia remota. Esses resultados indicam que a fisioterapia remota é tão eficaz quanto a presencial, pois o limite inferior do intervalo de confiança está acima da margem de não inferioridade de –15 pontos.

Os resultados aos 26 semanas foram semelhantes, com uma diferença média entre grupos (IC 95%) de –1,8 pontos (–9,3 a 5,6).
Embora margens de não inferioridade não tenham sido estabelecidas para os desfechos secundários, os intervalos de confiança em torno das diferenças médias entre os grupos excluem diferenças clinicamente relevantes.

Na sua opinião, quais são os próximos passos para a pesquisa nessa área?
Agora que sabemos que a fisioterapia remota é tão eficaz quanto o atendimento tradicional ambulatorial, precisamos testá-la em um cenário do mundo real. A intervenção REFORM também mostrou ser econômica e custo-efetiva, portanto, um estudo que teste uma estratégia de implementação com o objetivo de aumentar o acesso de pessoas com condições musculoesqueléticas, melhorar os resultados funcionais dos pacientes e aumentar a confiança dos fisioterapeutas em prestar fisioterapia de forma remota fornecerá a base de evidências necessária para a ampla adoção da fisioterapia remota.

Os resultados do ensaio foram publicados recentemente e o relatório publicado já está indexado no PEDro.

Withers HG, Glinsky JV, Chu J, Jennings MD, Starkey I, Parmeter R, Boulos M, Cruwys JJ, Duong K, Jordan I, Wong D, Trang S, Duong M, Liu H, Hayes AJ, Lambert TE, Zadro JR, Sherrington C, Maher C, Lucas BR, Taylor D, Ferreira ML, Harvey LA (2024) Remotely delivered physiotherapy is as effective as face-to-face physiotherapy for musculoskeletal conditions (REFORM): a randomised trial. Journal of Physiotherapy 70:124–133 https://doi.org/10.1016/j.jphys.2024.02.016

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