Marcelo Rieder é fisioterapeuta chefe da unidades de terapia intensiva de trauma no Hospital Cristo Redentor, do Grupo Hospitalar Conceição, e professor de fisioterapia cardiorrespiratória no Centro Universitário Metodista IPA, no Rio Grande do Sul. Ele é especialista em fisitoerapia respiratória com título reconhecido pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Uma forma que Marcelo encontra para se manter atualizado em relação aos avanços na área de mobilização precoce e outras intervenções em fisioterapia utilizadas em tratamento intensivo é se inscrever para receber notificações de estudos da área de cardiotorácica através do PEDro Evidência no seu e-mail. Dois artigos recentes chamaram a atenção de Marcelo.
Esta revisão sistemática avaliou os efeitos da reabilitação e mobilização precoce em adultos admitidos em unidades de terapia intensiva por mais de 2 dias. Os autores buscaram cinco bases de dados (Bibliotheca Virtual en Salud, CINAHL, PubMed, Scopus, and Web of Science e identificaram ensaios clínicos randomizados, ensaios randomizados cruzados e estudos de caso-controle. Infelizmente, não foi possível fazer síntese quantitativa dos 11 estudos incluídos na revisão. O resultado dos estudos individuais indica que, comparado a tratamento convencional, reabilitação e mobilização precoce aumentam a distância total percorrida por pacientes após a alta. Marcelo diz: “Reabilitação e mobilização precoce na unidade de terapia intensiva são abordagens promissoras, mas mais estudos são necessários para quantificar o tamanho dos efeitos destes tratamentos”.
A preocupação com a segurança do paciente é uma barreira imporante para a implementação ampla da reabilitação e mobilização precoce em unidades de terapia intensiva. Esta revisão sistemática sintetizou efeitos adversos, incluindo quedas, remoção de tubos endotraqueais, remoção ou disfunção de catéteres intravasculares, remoção de outros tubos ou catéteres, parada cardíaca, mudanças hemodinâmicas e dessaturação. Ao todo, 48 estudos foram elegíveis, os quais avaliaram 7546 pacientes em 22351 sessões de mobilização precoce ou reabilitação. Efeitos adversos ocorreram em 2,6% das sessões. Marcelo diz: “Essa revisão me mostrou que reabilitação e mobilização precoce na unidade de terapia intensiva são abordagens seguras. Seria muito importante se ensaios clínicos randomizados futuros coletassem dados relacionados a efeitos adversos de forma mais consistente”.