Nesta nova revisão, os autores incluíram 10 ensaios clínicos (n=300) que avaliaram os efeitos da reabilitação cardíaca baseada em exercício para pessoas que realizaram transplante cardíaco. Nove estudos compararam uma intervenção incluíndo exercício com uma intervenção sem exercício e um estudo comparou treinamento intervalado de alta intensidade com o mesmo treinamento em moderada intensidade. A capacidade física foi medida utilizando o pico de absorção de oxigênio (VO2pico). Os autores encontraram qualidade de evidência moderada de que reabilitação cardíaca baseada em exercício melhora a capacidade física em 2.49 mL/kg/min do VO2pico (IC 95% 1.63 até 3.36) em pessoas que realizaram transplante cardíaco, quando comparado com aqueles que receberam reabilitação sem exercício. Entretanto, não há evidência da diferença entre reabilitação cardíaca baseada em exercício e os grupos controles apresentados em quatro estudos incluídos nesta revisão sistemática. Apenas um efeito adverso foi reportado por apenas um estudo e este foi reportado no grupo que recebeu a intervenção sem exercício. A reabilitação cardíaca baseada em exercício não mostrou nenhum impacto na qualidade de vida relacionada a saúde dos participantes. Embora o exercício tenha se mostrado efetivo para melhorar a capacidade física, mais estudos com amostras representativas e alta qualidade metodológica são necessários para estabelecer os efeitos da reabilitação cardíaca baseada em exercício à longo prazo no transplante cardíaco.
Anderson et al. Exercise-based cardiac rehabilitation in heart transplant recipients. Cochrane Database Syst Rev 2017;Issue 4