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Resposta de fisioterapeutas italianos ao COVID-19

Desde o final de Fevereiro de 2020, o mundo tem observado o impacto da pandemia de COVID-19 na Itália. Fisioterapeutas tem contribuído na linha de frente durante este período. Com o número de casos agora diminuindo, três fisioterapeutas (Paolo Pedersini, Camilo Corbellini, Jorge Hugo Villafañe) tiveram a energia para compartilhar suas experiências e um artigo do tipo ‘point of view’ aceito para publicação no periódico Physical Therapy.

A Itália contém um dos mais maiores números de casos e fatalidades por COVID-19 no mundo. Mais de 77.635 pessoas foram infectadas, e 12.428 haviam morrido até o final de Março de 2020. Além de compartilharem alguns dados epidemiológicos sobre o COVID-19, o artigo descreve como fisioterapeutas responderam à pandemia com o suporte da Associazione Italiana Fisioterapisti.

Um dos autores, Dr Camilo Corbellini, conversou com o time do PEDro sobre estas experiências. Camilo é nascido no Brasil, mas mudou-se para a Itália para fazer mestrado e doutorado em fisioterapia cardiopulmonar e fisiologia na Universidade de Milão. Desde 2010 ele trabalha em uma clínica de reabilitação para pacientes sub-agudos (Casa di Cura Villa Serena), em Piossaco, cerca de 150km de Milão. Antes da pandemia, Camilo estava envolvido em prescrição de exercícios, fisioterapia respiratória, técnicas de ventilação não-invasiva e teste de função pulmonar em pacientes com doenças respiratórias.

Trabalhando neste nível de atenção, Camilo e seus colegas não tiveram de responder ao impacto inicial da pandemia. Eles utilizaram este tempo para preparar as rotinas da clínica para tratar pacientes potencialmente infectados pelo COVID-19 e prevenir o espalhamento da doença entre pacientes e membros do staff. Para isso, educação em medidas como lavagem de mãos foi essencial. Com alguns membros do staff em quarentena, Camilo trabalhou precisou assumir outros papeis na clínica para cobrir a ausência dos colegas (por exemplo, fazendo checagem de temperatura).

Na medida em que a pandemia progrediu, os pacientes ficavam agora restritos em seus quartos e visitas foram canceladas. Pacientes foram separados em casos positivos e negativos, mas todos foram tratados como se houvessem sido infectados. Fisioterapeutas utilizaram equipamento de proteção pessoal sempre que possível. A rotina de trabalho era programada todos os dias, uma vez que a demana era creacente e adaptações rápidas foram necessárias.

Apesar de todas as medidas protetivas, Camilo precisou se isolar em quarentena em abril. Ele sentiu sintomas leves, mas não foi testado (esta era a recomendação dos guidelines locais àquela época). Durante a quarentena, Camilo recebeu ligações diárias para monitorar sua condição (temperatura, saturação, frequência respiratória, e até mesmo um teste de caminhada de 6 minutos). Ele retornou ao trabalho e agora todos os membros do staff estão sendo testados. Camilo está aguardando os resultados do swab que fez.

Camilo conclui dizendo que: “situações extremas como esta representam uma oportunidade de crescimento. Como fisioterapeuta, a situação fez com que eu, minha esposa (também fisioterapeuta) e meus colegas fizéssemos o que sabemos fazer melhor: ajudar as pessoas. Nenhum de nós se sentiu como herois; pelo contrário, sempre nos perguntamos “será que podemos fazer mais?”. Meus colegas e eu estamos tentando descrever e publicar tudo que for possível para compartilharmos o que aprendemos. Sabemos que é apenas mais um tijolo em um enorme muro que constitui as evidências para o COVID-19, mas tenho certeza que os esforços de todos nos ajudará a saírmos desta mais fortes. Neste momento em que vivemos, compartilhar é a chave de tudo.”

Pedersini P, Corbellini C, Villafañe JH. Italian physical therapists’ response to the novel COVID-19 emergency. Phys Ther 2020;100(7):1049-51

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