Esta revisão sistemática avaliou o efeito de exercícios supervisionados comparados à exercícios domiciliares e aconselhamento para realizar caminhadas em indivíduos com claudicação intermitente. Este estudo é uma atualização de uma revisão sistemática previamente publicada pela Cochrane, em 2006. O desfecho primário foi distância total percorrida ou tempo total percorrido. Os desfechos secundários foram máxima distância percorrida livre de dor, qualidade de vida, incapacidade funcional, mortalidade e adesão ao programa de exercícios. Exercício supervisionado foi definido como um programa de tratamento estruturado com duração de no mínimo 6 semanas, sendo mais de 50% do componente de exercícios relacionado à caminhada ou treinamento dos membros inferiores e supervisionado por fisioterapeutas ou outros profissionais habilitados, tanto no ambiente hospitalar, quanto na comunidade. Os exercícios domiciliares foram definidos como um programa estruturado de caminhada suplementado de um componente de monitorização (ex: diário de exercícios). Aconselhamento para realizar caminhadas foi definido como a simples orientação dada ao indivíduo para “ir para casa e caminhar”, podendo ou não ser acompanhado de instruções para realização de exercícios não supervisionados. Esta revisão identificou 21 ensaios clínicos randomizados (1400 participantes), dentre os quais 635 receberam tratamento com exercícios supervisionados, 320 foram tratados com exercícios domiciliares e 445 receberam aconselhamento para caminhar. 17 ensaios clínicos randomizados (81%) foram considerados de baixo risco de viés. Há evidência de qualidade moderada demonstrando que exercício supervisionado é superior a exercícios domiciliares (diferença entre médias ponderada: 0,37; intervalo de confiança 95% 0,12 a 0,62) e evidência de alta qualidade demonstrando que exercícios supervisionado é superior à aconselhamento para realizar caminhadas (diferença entre médias ponderada: 0,80; intervalo de confiança 95% 0,53 a 1,07) na melhora da distância máxima percorrida na esteira três meses após o início do tratamento. Estes tamanhos de efeito representam que participantes tratados com exercícios supervisionados foram capazes de caminhar 120 metros a mais do que aqueles tratados com exercícios domiciliares e 210 metros a mais do que aqueles tratados com aconselhamento para realizar caminhadas, em média. Há evidência de qualidade moderada demonstrando que exercícios domiciliares não melhoraram a distância total percorrida comparado aos indivíduos tratados com aconselhamento para realizar caminhada (diferença entre médias ponderada: 0,30; intervalo de confiança 95% -0,45 a 1,05). Há evidência de qualidade moderada de que exercícios supervisionados são mais efetivos que exercícios domiciliares para o aumento da distância máxima percorrida livre de dor após 3 meses do início do tratamento (diferença entre médias ponderada: 0,51; intervalo de confiança 95% 0,21 a 0,81), e evidência de baixa qualidade demonstrando não haver diferença nos níveis de qualidade de vida (diferença entre médias ponderada: 0,0; intervalo de confiança 95% -4,79 a 4,79). Esta revisão identificou evidência de qualidade moderada a alta demonstrando que exercício supervisionado promove importantes benefícios ao melhorar a distância total percorrida em comparação a exercícios domiciliares e aconselhamento para realizar caminhadas, respectivamente.
Hageman D, et al. Supervised exercise therapy versus home-based exercise therapy versus walking advice for intermittent claudication. Cochrane Database Syst Rev 2018;Issue 4