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Revisão sistemática demonstra que terapia do espelho melhora função motora após acidente vascular encefálico

Em uma recente atualização de uma revisão sistemática Cochrane, foram avaliados os efeitos da terpaia do espelho na função motora, dor e negligência visuo-espacial em participantes após acidente vascular encefálico. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados e cruzados comparando terapia do espelho a nenhum tratamento, tratamento sham e outras intervenções. Foram incluídos estudos que utilizaram qualquer formato de terapia do espelho, desde que envolvesse movimento ativo do paciente. Estudos que combinaram terapia do espelho a outros tratamentos foram incluídos se o componente terapia do espelho representou no mínimo 50% do tempo total de tratamento. O desfecho primário foi função motora, mensurada com qualquer escala. A função motora do membro superior foi priorizada em relação à função dos membros inferiores. Os desfechos secundários foram medidas de acometimento motor, dor e negligência visuo-espacial. Ao todo, 62 estudos (n=1982 participantes) foram incluídos (57 ensaios clínicos randomizados e 5 estudos randomizados cruzados). A terapia do espelho foi oferecida entre 3 a 7 vezes por semana, durante 15 a 60 minutos por sessão, em programas de tratamento que duraram entre 2 a 8 semanas. Comparada a outros tratamentos, a terapia do espelho melhorou a função motora significativamente após o fim da fase de tratamento (tamanho de efeito: 0,47, IC 95% 0,27 a 0,67, 1173 participantes em 36 ensaios clínicos, evidência de qualidade moderada). Entretanto, estes benefícios não se mantiveram após 6 meses do término da fase de tratamento (tamanho de efeito 1,20 IC 95% -0,78 a 3,18, 88 participantes em 2 ensaios clínicos). A terapia do espelho melhorou significativamente o comprometimento motor (tamanho de efeito 0,49, IC 95% 0,32 a 0,66, 1291 participantes em 39 ensaios clínicos, evidência de qualidade moderada) e reduziu significativamente a dor (tamanho de efeito -0,89, IC 95% -1,67 a -0,11, 248 participantes em 6 ensaios clínicos, evidência de baixa qualidade) comparado a nenhum tratamento. A terapia do espelho não foi superior a outros tratamentos em relação à negligência visuo-espacial (tamanho de efeito 1,06, IC 95% -0,10 a 2,23, 175 participantes em 5 ensaios clínicos, evidência de baixa qualidade). Há incerteza em relação a algumas medidas de tamanho de efeito devido aos pequenos tamanhos de amostra verificados nos estudos indivíduos. Estudos futuros com maiores tamanhos de amostra provavelmente aumentarão a precisão das estimativas reportadas nesta revisão.

Thieme H et al. Mirror therapy for improving motor function after stroke. Cochrane Database Syst Rev 2018;Issue 7

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