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Uma revisão sistemática encontrou que treinamento físico para sobreviventes de câncer colorretal durante a quimioterapia reduz a fadiga relacionada ao câncer

O câncer colorretal é o terceiro tipo de câncer mais diagnosticado no mundo. Metade dos sobreviventes de câncer colorretal reportam fadiga relacionada ao câncer, um sintoma debilitante e frequentemente duradouro que impacta a qualidade de vida e a participação ativa. Treinamento físico é recomendado em diretrizes de prática clínica para o manejo da fadiga relacionada ao câncer, mas grande parte da evidência é de estudos envolvendo pessoas com câncer de mama ou onde os exercícios foram combinados com outras intervenções, como aconselhamento nutricional. Essa revisão sistemática teve como objetivo estimar os efeitos do treinamento físico comparado ao grupo de cuidados usuais de treinamento sem exercício na fadiga relacionada ao câncer em sobreviventes de câncer colorretal, durante a quimioterapia e após a conclusão do tratamento.

O protocolo foi registrado prospectivamente. Quatro bases de dados (incluindo PEDro e PubMed) foram utilizadas para encontrar ensaios clínicos controlados aleatorizados publicados em inglês. Os participantes foram adultos sobreviventes de câncer colorretal (com sobrevivência definida a partir do momento do diagnóstico). A intervenção foi treinamento físico sozinho, definido como atividade física estruturada para melhorar ou manter a condição física. O grupo comparador foi nenhum treinamento físico. Intensidade autorrelatada da fadiga foi o desfecho de interesse. Dois revisores independentes selecionaram os estudos para inclusão, avaliaram o risco de viés e extraíram os dados. Qualquer desacordo foi resolvido por um terceiro revisor. O risco de viés foi avaliado usando a ferramenta de risco de viés PEDro. A certeza da evidência foi avaliada através da abordagem Grades of Recommendation, Assessment, Development and Evaluation (GRADE). Meta-análises reuniram os estudos incluídos para calcular as diferenças médias padronizadas, intervalo de confiança (IC) de 95% e intervalos de predição (IP) de 95 % para estimar o intervalo no qual um futuro efeito de tratamento poderia falhar. Uma análise de subgrupos foi planejada para comparar as diferenças dos participantes recebendo quimioterapia comparado aos participantes que eram pós-tratamento.

Seis estudos, totalizando 330 participantes foram incluídos (n=170 intervenção, n= 160 cuidados usuais). Todos os participantes tinham estágio entre I-III da doença (não metastático). Três estudos (n=156) foram conduzidos pós-tratamento, dois durante quimioterapia adjuvante (n=120) e um predominantemente após o tratamento (n=54 do quak 3.7% estavam recebendo quimioterapia). Dois estudos incluíram exercício aeróbico sozinho, dois aeróbico e resistência, um Hatha yoga (ritmo lento com controle da respiração e alongamento) e um Baduanjin Qigong (posturas e movimentos físicos, combinados com exercícios mentais e respiratórios). Os exercícios foram domiciliares em três estudos. A frequência do programa variou de 1-7 dias/semana e a duração foi entre 10-24 semanas.

Quatro questionários diferentes foram utilizados para reportar o autorrelato da intensidade da fadiga relacionada ao câncer, significando que os resultados foram combinados como diferenças médias padronizadas (standardised mean differences – SMD) e intervalo de confiança (IC) de 95%. Em média, os participantes no grupo de treinamento físico reportaram uma redução na fadiga relacionada ao câncer comparado aos participantes que receberam cuidados usuais de treinamento sem exercício (SMD=-0.29, IC 95% de -0.53 a -0.06; intervalo de predição=−0.63; 0.04). A evidência foi avaliada como baixa qualidade devido ao alto risco de viés e inconsistência. Análises de subgrupos mostraram que os efeitos durante a quimioterapia foram moderados-grandes (SMD=-0.63, IC 95% de -1.06 a -0.21, n=120), enquanto os efeitos foram incertos na fase pós-tratamento (SMD=-0.14, IC de 95% de -0.43 a 0.14; intervalo de prediçao=−0.76 to 0.47, n=180). Efeitos adversos não foram reportados.

Treinamento físico para sobreviventes de câncer colorretal durante a quimioterapia reduz a fadiga relacionada ao câncer comparado aos cuidados usuais de treinamento sem exercício, apesar da qualidade da evidência disponível ser baixa. São necessárias mais evidências sobre os efeitos do treinamento físico na fadiga relacionada ao câncer na fase pós-tratamento.

Machado P, Morgado M, Raposo J, Mendes M, Silva CG, Morais N. Effectiveness of exercise training on cancer-related fatigue in colorectal cancer survivors: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Support Care Cancer. 2022 Jul;30(7):5601-5613. doi: 10.1007/s00520-022-06856-3. Epub 2022 Feb 2. PMID: 35107601

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