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Revisão sistemática encontrou que as intervenções que promovem o enfrentamento e incentivam o movimento e a atividade foram mais eficazes para as disfunções temporomandibulares

Esta revisão sistemática teve como objetivo estimar a eficácia comparativa das terapias disponíveis para dor crônica associada a disfunções temporomandibulares na dor.

As buscas nos bancos de dados eletrônicos foram realizadas desde o seu início até janeiro de 2023. Foram elegíveis ensaios clínicos aleatorizados envolvendo participantes adultos com dor crônica associada a distúrbios temporomandibulares. Qualquer grupo comparador (por exemplo, tratamento ativo, placebo ou procedimentos simulados – sham) era elegível. Estudos que incluíram menos de 10 participantes por grupo foram excluídos. O risco de viés em cada estudo foi avaliado usando uma ferramenta modificada de risco de viés da Cochrane.
Os efeitos do tratamento foram estimados como a diferença de risco para atingir a diferença minimamente importante (1cm na escala visual analógica para dor) e resumidos como diferença de risco e seu respectivo intervalo de confiança (IC) de 95%. Foi utilizada uma network meta-análise frequentista para resumir as evidências, e a abordagem GRADE foi utilizada para avaliar a certeza das evidências e categorizar as intervenções das mais para as menos benéficas.

Esta revisão incluiu 153 ensaios clínicos envolvendo 8.713 participantes com disfunções temporomandibulares crônicas. Os estudos elegíveis avaliaram 23 intervenções conservadoras, 15 intervenções farmacológicas, 7 combinações de intervenções farmacológicas e conservadoras, 13 intervenções cirúrgicas com ou sem tratamentos adjuvantes e procedimentos placebo/simulados. A maioria dos estudos (133/153, 87%) apresentava alto risco de viés. No total, 148 estudos (7.867 participantes) que avaliaram 59 intervenções tinham dados sobre dor.

As três terapias provavelmente mais eficazes para o alívio da dor foram a terapia cognitivo-comportamental aumentada com biofeedback ou terapia de relaxamento (diferença de risco para alcançar a diferença minimamente importante no alívio da dor: 36%, IC 95% de 33 a 39), mobilização da mandíbula assistida por terapeuta (diferença de risco: 36%, IC 95% de 31 a 40) e terapia manual de pontos-gatilho (diferença de risco: 32% IC 95% de 29 a 34).

Cinco intervenções foram menos eficazes, mas mais eficazes do que procedimentos placebo/simulados: terapia cognitivo-comportamental (diferença de risco: 30%, IC 95% de 23 a 35), exercício postural supervisionado (diferença de risco: 26%, IC 95% de 14 a 34), exercício de mandíbula supervisionado com alongamento (diferença de risco: 26%, IC 95% de 20 a 31), cuidados usuais (por exemplo, exercícios em casa, alongamento e educação; diferença de risco: 25%, IC 95% de 22 a 28) exercício supervisionado de mandíbula com alongamento e terapia manual de pontos-gatilho (diferença de risco: 23%, IC 95% de 11 a 31). A certeza dos efeitos para todas as outras intervenções foi baixa ou muito baixa.

As intervenções que promovem o enfrentamento e incentivam o movimento e a atividade foram mais eficazes na redução da dor em pessoas com disfunções temporomandibulares crônicas. Várias intervenções comumente utilizadas para disfunções temporomandibulares crônicas são apoiadas apenas por evidências de qualidade baixa ou muito baixa.

Yao L, Sadeghirad B, Li M, Li J, Wang Q, Crandon HN, Martin G, Morgan R, Florez ID, Hunskaar BS, Wells J, Moradi S, Zhu Y, Ahmed MM, Gao Y, Cao L, Yang K , Tian J, Li J, Zhong L, Couban RJ, Guyatt GH, Agoritsas T, Busse JW. Tratamento da dor crônica secundária a disfunções temporomandibulares: uma revisão sistemática e meta-análise em rede de ensaios randomizados. BMJ. 15 de dezembro de 2023;383:e076226.

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