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#MyPTArticleOfTheMonth – o que Darren Brown está lendo?

Darren Brown é um clínico e acadêmico do Chelsea and Westminster Hospital National Health Service (NHS) Foundation Trust em Londres, Reino Unido. Ele é especializado em vírus da imunodeficiência adquirida (HIV). O Chelsea and Westminster Hospital NHS Foundation Trust é a maior unidade de tratamento de HIV da Europa, e Darren coordena o serviço de fisioterapia, atendendo pacientes adultos ambulatoriais e internados. Darren é um defensor da atenção fisioterapêutica em pacientes adultos com HIV tanto nacional, quanto internacionalmente. Ele é coordenador do grupo de trabalho IPT-HOPE, vinculado à World Confederation for Physical Therapy (WCPT); membro do comitê organizador do WCPT 2019, em Genebra; vice-presidente da UK Rehabilitation in HIV association, e membro da Canada-International HIV Rehabilitation Research collaborative.

Para as 36,9 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo, a utilização de tratamentos efetivos auxilia na manutenção da expectativa de vida a níveis normais. Consequentemente, o número de pessoas com HIV ultrapassando a barreira dos 50 anos de idade vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. Na medida em que as pessoas vivem mais com a infecção crônica pelo HIV, elas se tornam mais suscetíveis a condições de saúde originadas da infecção pelo vírus, potenciais efeitos adversos dos tratamentos, e envelhecimento. Doenças cardiovasculares são uma comorbidade comum nesta população. Reabilitação especializada enfatizando exercícios aerobios e de força são alternativas para reduzir níveis a incapacidade em pessoas com HIV. Darren recentemente leu dois artigos sobre este tema.

Zech P et al. Effects of aerobic and resistance exercise on cardiovascular parameters for people living with HIV: a meta-analysis. J Assoc Nurses AIDS Care 2019;30(2):186-205

Esta metanálise de ensaios clínicos randomizados avaliou o efeito de exercícios aerobios e força isoladamente e combinados em pessoas com HIV. Dentre os desfechos cardiovasculares, foram avaliados VO2max, teste de caminhada de 6 minutos, frequência cardíaca máxima, frequência cardíaca de repouso, pressão arterial sistólica e diastólica, e potência máxima. Darren diz: “Esta é a primeira vez que uma metanálise é realizada para avaliar os efeitos do exercício no teste de caminhada de 6 minutos. A revisão também realizou análises de subgrupo buscando entender o efeito do tipo de exercício, sua frequência e duração, da supervisão profissional, grupos controle e qualidade metodológica nos efeitos observados.” Os resultados indicaram que, em comparação a grupos controle, exercícios aerobios e de força geraram efeitos moderado e grande no VO2max e teste de caminhada de 6 minutos, respectivamente. Os dois tipos de exercício combinados apresentaram maior efeito que as modalidades realizadas isoladamente. Os tamanhos de efeito foram maiores quando a dose foi de ao menos 3 sessões por semana por pelo menos 150 minutos por semana. “Esta pesquisa tem importante repercussões para fisioterapeutas que tratam pacientes com HIV por meio de exercício. A combinação de exercícios aerobios e de força oferece proteção a estes pacientes em relação a comorbidades decorrentes da idade, doença cardiovascular e da infecção pelo HIV. O teste de caminhada de 6 minutos pode ser utilizado para monitorar a progressão do paciente ao longo do tratamento.”

Simonik et al. Are you ready? Exploring readiness to engage in exercise among people living with HIV and multimorbidity in Toronto, Canada: a qualitative study. BMJ Open 2016;6(3):e010029

Este estudo qualitativo utilizou entrevistas semi-estruturadas para explorar a disposição de pacientes com HIV com ao menos 2 comorbidades associadas para engajarem-se em programas de exercício. Os autores desenvolveram um modelo dinâmico que descreve a disposição como um constructo variável que pode flutuar baseado em diversos fatores (incluindo a complexa relação entre vver com HIV, o suporte social recebido por aqueles infectados, percepções, crenças, experiências prévias com exercícios e acessibilidade). O modelo conceitual foi desenvolvido especificamente para pessoas com HIV e comorbidades associadas, mas também pode ser aplicado a pessoas vivendo com outras condições crônicas e episódicas de saúde. Darren diz: “Muitas pessoas vivendo com HIV não estão atingindo as recomendações mínimas de atividade física, portanto explorar a disposição destas pessoas para engajarem-se em programas de exercício torna-se importante para melhor entender e promover exercício como uma estratégia de auto-cuidado.”

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