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Revisão sistemática encontrou que exercício reduz risco de quedas em idosos acima de 60 anos vivendo na comunidade

Quedas ocorrem em um terço dos idosos que vivem na comunidade e que tem idade superior a 65 anos. Quedas podem causar lesões sérias, e a taxa de lesão aumenta com o aumento da idade. O objetivo desta revisão sistemática foi avaliar os efeitos de intervenções baseadas em exercícios na prevenção de quedas em idosos vivendo na comunidade quando comparadas a tratamento convencional ou controles inativos.

A revisão incluiu ensaios clínicos randomizados que avaliaram os efeitos de intervenções baseados em exercício comparadas a tratamento convencional ou controles inativos em idosos com idade igual ou superior a 60 anos vivendo na comunidade. Os programas de exercício foram classificados utilizando a taxonomia Prevention of Falls Network Europe (ProFaNE) (equilíbrio, exercícios funcionais, exercícios de força, flexibilidade, tri-dimensionais, programas de caminhada, resistência, entre outros). A revisão definiu idosos vivendo na comunidade como aqueles que vivem em casa ou residenciais em atenção médica ou reabilitação não era fornecida. Estudos que recruaram apenas participantes com condições clínicas que aumentariam o risco de quedas (por exemplo, doença de Parkinson, esclerose múltipla e demência) foram excluídos. O desfecho primário da revisão foi taxa de quedas. Risco de viés foi avaliado utilizando a Cochrane’s risk of bias tool. A qualidade da evidência foi avaliada com a Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE).

A revisão incluiu 108 ensaios clínicos randomizados, conduzidos em 25 países, involvendo 23.407 participantes. 77% dos participantes destes estudos eram mulheres com idade média de 76 anos. Em geral, há evidência de alta qualidade que exerício reduz a taxa de quedas em 23% comparado a intervenções controle (razão entre taxas 0.77 intervalo de confiança 95% (IC 95%) 0,71 a 0,83, 59 estudos, 12.981 participantes). Intervenções que enfatizaram exercícios de equilíbrio e tarefas funcionais obtiveram maior efeito (razão entre taxas 0,76 IC 95% 0,70 a 0,81, 39 estudos, 7.920 participantes). Foi encontrada evidência de moderada qualidade para exercícios tri-dimensionais (Tai Chi ou similares) (razão entre taxas 0,81 IC 95% 0,67 a 0,99, 7 estudos, 2.655 participantes).

As análises de subgrupo demonstraram que houve pouca diferença no risco de queda quando:

  1. Os estudos incluíram participantes com risco aumentado de queda comparado a estudos que não incluíram estes participantes (razão entre taxas 0,80 IC 95% 0,72 a 0,88 versus 0,74 IC 95% 0,65 a 0,84).
  2. Os estudos apenas incluíram participantes com idade igual ou superior a 75 anos comparado a indivíduos com menos de 75 anos de idade (razão entre taxas 0,83 IC 95% 0,72 to 0,97 versus 0,75 IC 95% 0,69 to 0,82).
  3. As intervenções ocorreram em group e não individualmente (razão entre taxas 0,76 IC 95% 0,69 to 0,85 versus 0,79 IC 95% 0,71 to 0,88).
  4. Intervenções foram aplicadas por profissionais da saúde (ex: fisioterapeuta) apresentaram maior efeito na redução da taxa de quedas comparado a intervenções aplicadas por outros profissionais (ex: instrutor de fitness), embora ambos tenham resultado na redução signficativa da taxa de quedas (razão entre taxas 0,69 IC 95% 0,61 to 0,79 versus 0,82 IC 95% 0,75 to 0,90).

Há evidência de alta qualidade que exercícios reduzem a taxa de quedas em 23% em idosos com idade igual ou superior a 60 anos vivendo na comunidade comparado a controles. Se houvesse 850 quedas a cada 1.000 pessoas durante um intervalo de 1 ano, exercício resultados em uma redução de 195 quedas (IC 95% 144 a 246). Intervenções baseadas em exercício que enfatizaram primariamente tarefas funcionais de de equilíbrio reduziram o risco de quedas mais pronunciadamente. Exercício aplicado por profissionais da saúde resultou em maior redução do risco de quedas.

Sherrington C et al. Exercise for preventing falls in older people living in the community: an abridged Cochrane systematic review. Br J Sports Med 2020;54(15):885-91

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