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Revisão sistemática encontrou que tratamento manipulativo para dor lombar crônica produz efeitos semelhantes a tratamentos recomendados por diretrizes de prática clínica

Uma revisão sistemática recente avaliou os riscos e benefícios de técnicas manipulativas para o tratamento da dor lombar crônica. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que incluíram indivíduos adultos e cuja coorte de participantes com dor crônica (superior a três meses) representasse pelo menos 50% dos participantes incluídos. O tratamento manipulativo foi comparado a tratamentos recomendados por diretrizes de prática clínica, tratamentos não recomendados, tratamentos combinados e manipulação sham. O risco de viés foi avaliado usando os critérios descritos pelo Cochrane Back and Neck Review Group. Os desfechos primários foram intensidade de dor (0-100) e função. Os efeitos de tratamento foram avaliados após 1, 3, 6 e 12 meses da randomização.

Ao todo, 47 ensaios clínicos randomizados foram incluídos (n = 9211 participantes). O tratamento manipulativo foi realizado por profissionais com diferentes formações, sendo a maioria quiropraxistas (16 estudos) e fisioterapeutas (14 estudos).

Comparado a tratamentos recomendados por diretrizes de prática clínica, evidência de qualidade moderada sugere que tratamento manipulativo não é foi superior para dor após 1 mês (diferença entre médias -3,17, IC 95% -7,85 a 1,51) e 12 meses (diferença entre médias -1,86, IC 95% -4,79 a 1,07). Após 6 meses, foi encontrada diferença estatisticamente significativa (diferença entre médias -3,09, IC 95% -5,42 a -0,77), mas esta diferença não é clinicamente importante. Comparado a intervenções não recomendadas por diretrizes de prática clínica, o tratamento manipulativo não reduziu dor após 1 mês (diferença entre médias -7,48, IC 95% -11,50 a -3,47, evidência de alta qualidade), 6 meses (diferença entre médias -7,54, IC 95% -13,29 a -1,79, evidência de moderada qualidade), e 12 meses (diferença entre médias -7,80 IC 95% -14,19 a -1,41). Comparado a manipulação sham, há evidência de baixa qualidade que tratamento manipulativo não reduziu dor após 1 mês (diferença entre médias -7,55, IC 95% -19,86 a 4,76) e evidência de qualidade muito baixa que o tratamento manipulativo não reduziu dor após 6 (diferença entre médias 0,96, IC 95% -6,34 a 8,26) e 12 meses (diferença entre médias 0,20, IC 95% -5,33 a 5,37).

Em relação ao desfecho função, há evidência de moderada qualidade que tratamento manipulativo foi significativamente superior a tratamentos recomendados por diretrizes de prática clínica após 1 mês, mas não após 6 e 12 meses. Comparado a intervenções não recomendadas, há evidência de alta qualidade que tratamento manipulativo melhora a função, e esta diferença foi clinicamente importante. Há evidência de moderada e baixa qualidade que tratamento manipulativo melhorou significativamente a função após 6 e 12 meses, respectivamente, e esta diferença foi clinicamente relevante. Comparado à manipulação sham, há evidência de baixa qualidade que tratamento manipulativo melhora função após 1 mês, e esta melhora é clinicamente importante.

Tratamento manipulativo produz efeitos similares a tratamentos recomendados por diretrizes de prática clínica para dor lombar crônica, e parece ser superior a tratamentos não recomendados por diretrizes de prática clínica na melhora da função a curto prazo.

Rubinstein SM, et al. Benefits and harms of spinal manipulative therapy for the treatment of chronic low back pain: systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. BMJ 2019;364:l689

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