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Uma revisão sistemática encontrou que estratégias comportamentais combinadas com programas de exercícios autoguiados aumentam a adesão à atividade física em mulheres que tiveram câncer de mama

Câncer de mama é a principal causa de morbidade e mortalidade por câncer em mulheres em todo o mundo. Atividade física ou programas de exercícios autoguiados estão associados a desfechos positivos no câncer. Estratégias comportamentais que podem aumentar a adesão com esses programas incluem autogerenciamento usando um dispositivo de acompanhamento de passos e entrevistas motivacionais. Essa revisão sistemática teve como objetivo estimar os efeitos de diferentes estratégias comportamentais para melhorar a adesão a atividade física ou programas de exercícios autoguiados em mulheres que tiveram câncer de mama não metastático.

Guiado por um protocolo registrado prospectivamente, buscas sensitivas foram conduzidas em seis bases de dados (incluindo PubMed e Cochrane CENTRAL) para identificar ensaios clínicos controlados aleatorizados que avaliaram atividade física ou programas de exercícios autoguiados em mulheres com câncer de mama não metastático. As participantes deveriam ter realizado cirurgia, quimioterapia e radioterapia como tratamento para o câncer de mama em estágio 0 a III pelo menos 3 meses antes do recrutamento. A intervenção foi qualquer forma de atividade física ou programa de exercícios autoguiados (por exemplo, pelo menos metade do programa foi implementado sem supervisão de um profissional de saúde). Estratégias comportamentais usadas nesses programas foram classificadas como acompanhamento e aconselhamento de passos, acompanhamento de passos e entrevistas motivacionais e acompanhamento de passos e material impresso. O grupo comparador foi cuidados usuais. O desfecho primário foi adesão no fim da avaliação de acompanhamento como uma variável dicotômica (porcentagem que atinge um volume de exercício recomendado – adesão completa ou parcial do programa ou da recomendação de atividade física) ou uma variável contínua (medidas de duração do exercício, intensidade, ou número de passos). Dois revisores independentes selecionaram os estudos para inclusão e todas as discordâncias foram resolvidas por um terceiro revisor. Os dados foram extraídos por um revisor e verificados por dois outros revisores. Dois revisores avaliaram o risco de viés utilizando a ferramenta de risco de viés da Cochrane e todas as discordâncias foram resolvidas por um terceiro revisor. A certeza da evidência não foi avaliada. Meta-análises foram conduzidas para agrupar os estudos incluídos, utilizando razão de chances (odds ratios) e intervalo de confiança (IC) de 95% para variáveis dicotômicas, e diferença média padronizada (standardised mean difference) e IC 95% para variáveis contínuas. Os estudos nas meta-análises foram agrupados de acordo com as estratégias comportamentais utilizadas: acompanhamento e aconselhamento de passos, acompanhamento de passos e entrevistas motivacionais e acompanhamento de passos e material impresso.

Dez estudos (1.334 participantes) com acompanhamentos entre 12 semanas e 6 meses foram incluídos nas meta-análises. A idade média das mulheres nos estudos foi de 50 a 62 anos. Quatro estudos utilizaram acompanhamento e aconselhamento de passos, dois estudos utilizaram acompanhamento de passos e entrevistas motivacionais e quatro utilizaram acompanhamento de passos e material impresso, em conjunto com atividade física ou um programa de exercícios autoguiados. Grupos comparadores receberam cuidados usuais, lista de espera ou acompanhamento de passos.

Mais participantes atingiram o nível de atividade física recomendada em grupos que receberam estratégias comportamentais em combinação com exercícios autoguiados (218/474, 46%) do que em condições controle (152/477, 32%), com uma razão de chances de 2,66 (IC 95% 1,34 a 5,27; 6 estudos; 951 participantes). Este efeito foi ligeiramente maior para acompanhamento de passos e aconselhamento (razão de chances 7,10; IC 95% 1,13 a 44,75; 3 estudos; 373 participantes) e acompanhamento de passos e entrevista motivacional (razão de chances 5,95; IC 95% 2,29 a 15,44; 1 estudo; 87 participantes) do que para rastreamento de passos e material impresso (razão de chances 1,24; IC 95% 0,72 a 2,13; 2 estudos; 491 participantes). Os resultados para adesão completa ou parcial para o programa não foram reportados.

Participantes em grupos que receberam estratégias comportamentais em combinação com exercícios autoguiados alcançaram 0,55 desvios padrão mais atividade física moderada a vigorosa do que aqueles em condições de controle (IC 95% 0,30 a 0,79; 9 estudos; 1,262 participantes). Esse efeito foi consistente entre os subgrupos de acompanhamento de passos e aconselhamento (diferença média padronizada 0,70; IC 95% 0,14 a 1,25; 4 estudos; 435 participantes), acompanhamento de passos e entrevista motivacional (diferença média padronizada 0,70; IC 95% 0,39 a 1,01; 2 estudos; 167 participantes), e acompanhamento de passos e material impresso (diferença média padronizada 0,32; IC 95% 0,07 a 0,57; 3 estudos; 660 participantes).

Quando combinado com atividade física ou um programa de exercícios autoguiados, as estratégias comportamentais de acompanhamento de passos com aconselhamento, entrevista motivacional ou material impresso parecem aumentar a adesão à atividade física em mulheres que tiveram câncer de mama não metastático.

Pudkasam S, et al. Motivational strategies to improve adherence to physical activity in breast cancer survivors: a systematic review and meta-analysis. Maturitas 2021;152:32-47

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